PROJETO DE ANIMAÇÃO COMUM
Serviço de Apio às Bibliotecas Escolares - Biblioteca Municipal Almeida Garrett
HÚMUS, RAUL BRANDÃO: A VILA (VIDA) É UM SIMULACRO
Serviço de Apio às Bibliotecas Escolares - Biblioteca Municipal Almeida Garrett
Projeto de Animação Comum 2016/2017
RAÚL BRANDÃO (1867-1930)
Pintura de Columbano
HÚMUS, RAUL BRANDÃO: A VILA (VIDA) É UM SIMULACRO
.
Um diário? Um romance? Mesmo que inclassificável, trata-se de “uma obra-prima em qualquer literatura”, dirá David Mourão-Ferreira
Por Carlos Câmara Leme
“Acabo de reler o ‘Húmus’, de um fôlego, numa só noite, e dessa leitura saio, ao mesmo tempo, sufocado e eufórico.”
É difícil imaginar, quanto mais conceber, que uma das vozes mais solares da poesia do século XX português como é David Mourão-Ferreira pudesse ter lido numa só noite “Húmus”. Até porque é o próprio poeta e ensaísta que logo confessa: “[Fiquei] impregnado até aos ossos de uma sensação física de ‘mixórdia’ e de ‘espanto’.”
David Mourão-Ferreira escrevia estas palavras em 1967 (“Tópicos Recuperados”, Lisboa, 1992), no ano em que se celebrava o centenário do nascimento de Raul Brandão (n. 1867, Foz do Douro, m. 1930, Lisboa). E punha um dedo numa ferida que, ainda hoje, lateja: será “Húmus” “a” obra-prima do autor popularizado por títulos como “Os Pescadores”, “Os Pobres” ou, para todos aqueles que têm no coração os Açores, “As Ilhas Desconhecidas”?
O ensaísta arrisca (e muito). É “‘uma’ obra-prima da nossa literatura; ou melhor: ‘uma’ obra-prima em qualquer literatura”.
O caso de “Húmus” é bicudo nas letras pátrias. Diário? Romance? Inclassificável? A nebulosa adensa-se quando um dos mais importantes estudiosos e o biógrafo de Raul Brandão, Guilherme de Castilho, “baralha” ainda mais o leitor: “Um romance (...) de maneira nenhuma poderá ser considerado.” E acrescenta: “Embora seja este o género de que mais se aproxima.”
Guilherme Castilho, no indispensável livro “Vida e Obra de Raul Brandão” (Lisboa, Bertrand), está, quando escreveu estas linhas, a ter em conta o que disse a crítica quando o livro saiu em 1917, na sua primeira versão. Teve três, qualquer delas diferente. Em 1978, nota: “Se quisermos pôr-nos em uníssono com a nomenclatura, tão em voga, lançada por Sartre (...), julgo que podemos chamar ao ‘Húmus’ um verdadeiro ‘anti-romance’.”
E o que pode representar “Húmus” no Verão de 2003, depois do “pensiero ebole” da pós-modernidade? Uma feroz e angustiante contemporaneidade. “Ouço sempre o mesmo ruído de morte que devagar rói e persiste...” Assim começa “Húmus”. “Ouves o grito? Ouve-lo mais alto, sempre mais alto e cada vez mais fundo?... — É preciso matar segunda vez os mortos.” É a “sentença” final do livro. Entre as duas, a estrutura temporal tem a duração de pouco mais de um ano, com três estações — o Verão eclipsa-se... —, e formal de 19 capítulos.
A voz de Brandão em “Húmus”, essa, é prenhe de leituras possíveis. “Agora não contenho a multidão que constitui a minha alma. Não estou só e ouço-os que clamam cada vez mais alto.” Aqui e agora, nós, vivos ou mortos, estamos entre eles.
|
Fonte: http://static.publico.pt/docs/cmf2/ficheiros/27RaulBrandao/nlt.htm
Projeto de Animação Comum 2015/2016
Projeto de Animação Comum 2014/2015
Projeto de Animação Comum 2013/2014
ÁLVARO MAGALHAES: Quando for grande…quero ser…um BRINCADOR
A Biblioteca Municipal Almeida Garrett – Porto associa –se, este ano letivo, à comemoração dos 30 anos de carreira do escritor Álvaro Magalhães.
BIOGRAFIA
Álvaro Magalhães nasceu no Porto, em 1951. Publicou poesia, ensaio e literatura infanto-juvenil. Em 1982 publicou também o seu primeiro livro para crianças, História com muitas letras, tendo construído desde então nessa área uma obra singular e que integra conto, poesia, narrativas juvenis e textos dramáticos.
As suas obras para a infância, onde reina a força do imaginário e da palavra, são o produto de uma sensibilidade espiritualizada que reivindica a totalidade mágica da existência e apelam permanentemente à imaginação e ao sonho, como fator poderoso de modelação do ser. Jogando com palavras, conceitos e sons, alguns desses textos são autênticas provocações que estimulam o leitor para a leitura do insólito e do banal através dos códigos do humor e da «razão» poética e têm o que alguém classificou como «uma dimensão universalista que é verdadeira provocação ao raciocínio e à pesquisa de leituras mais fundas.»
Posteriormente, acrescentou à sua obra a série Triângulo Jota de narrativas de mistério e indagação e que já cativou um milhão de leitores (...)
Considerado um dos mais importantes escritores da sua geração, pela originalidade e singular irreverência, foi várias vezes premiado pela Associação Portuguesa de Escritores e Ministério da Cultura, bem como pelo IBBY, que distinguiu O Limpa-palavras e outros poemas como o melhor texto publicado em 2000 e 2001, integrando-o na Honour List do Prémio Hans Cristian Anderson de 2002. (In http://www.iplb.pt/sites/DGLB)
BIBLIOGRAFIA:
(1982). UMA HISTÓRIA COM MUITAS LETRAS. COLEC. PÁSSARO LIVRE/32, LISBOA: HORIZONTE. (ILUSTRAÇ. DE PAULA AMARAL).
(1983). UMA FLAUTA CHAMADA TERNURA. COLEC. PÁSSARO LIVRE/44, LISBOA: HORIZONTE (ILUSTRAÇ. DE MANUELA BACELAR).
(1999). «INFÂNCIA, MITO, POESIA» IN MALASARTES [CADERNOS DE LITERATURA PARA A INFÂNCIA E A JUVENTUDE], Nº 1, NOVEMBRO DE 1999, PP. 10-13.
(2000). ENQUANTO A CIDADE DORME. PORTO: CAMPO DAS LETRAS/PÉ DE VENTO (CENOGRAFIA DE JOÃO CALVÁRIO E FIGURINOS DE SUSANNE ROSLER).
(2000). MALDITA MATEMÁTICA! PORTO: ASA (BAYARD CHRIST).
(2000). O LIMPA-PALAVRAS E OUTROS POEMAS. PORTO: ASA (ILUSTRAÇÕES DE DANUTA WOJCIECHOWSKA).
(2000). «O OUTRO LADO DO MUNDO» IN MALASARTES [CADERNOS DE LITERATURA PARA A INFÂNCIA E A JUVENTUDE], Nº 3, JULHO DE 2000, PP. 15-16.
(2001). HIPOPÓPTIMOS UMA HISTÓRIA DE AMOR. PORTO: ASA (ILUSTRAÇ. DE DANUTA WOJCIECHOWSKA).
(2001). ISTO É QUE FOI SER! PORTO: ASA (ILUSTRAÇ. DE JOSÉ DE GUIMARÃES).
(2001) O CIRCO DAS PALAVRAS VOADORAS. PORTO: ASA (ILUSTRAÇ. DE ANTÓNIO MODESTO)
(2001). O HOMEM QUE NÃO QUERIA SONHAR E OUTRAS HISTÓRIAS. PORTO: ASA (ILUSTRAÇ. DE ANTÓNIO MODESTO) (4ª ED.).
(2001). O MENINO CHAMADO MENINO. PORTO: ASA (6ª ED. / 1ª-1983) (ILUSTRAÇ. DE MANUELA BACELAR).
(2001). «ROMANCE DE LUCAS E PANDORA» IN GOMES, J. A. (COORD.). CONTOS DA CIDADE DAS PONTES. PORTO: AMBAR, PP. 41-51 (ILUSTRAÇ. DE ANTÓNIO MODESTO).
(2002). «PROSA E POESIA» IN BOLETIM CRILIJ, Nº 2, JUNHO DE 2002, PP. 3-6.
(2002). «UM SACO, DOIS CASOS, QUATRO SACOS DE LIVROS» IN MESQUITA, ARMINDO (COORD.). PEDAGOGIAS DO IMAGINÁRIO. OLHARES SOBRE A LITERATURA INFANTIL. PORTO: ASA, PP. 211-214.
(2003). CONTOS DA MATA DOS MEDOS. LISBOA: ASSÍRIO & ALVIM/CÂMARA MUNICIPAL DE ALMADA (ILUSTRAÇÕES DE CRISTINA VALADAS).
(2003). «O BRINCADOR» IN REMELHE, EMÍLIO E MENDONÇA, LUÍS (COORD.). A CASA DOS SONHOS. COIMBRA: FUNDAÇÃO BISSAYA BARRETO (TEXTO A PARTIR DE UM DESENHO DE MARIA KEIL), P. 43.
(2003). OS TRÊS PRESENTES. PORTO: ASA (ILUSTRAÇ. DE PEDRO MORAIS).
(2004). HISTÓRIAS PEQUENAS DE BICHOS PEQUENOS. PORTO: ASA (ILUSTRAÇ. DE JOÃO MACHADO) (7ª ED.; 1ª ED. – 1985)
(2004). TODOS OS RAPAZES SÃO GATOS. PORTO: ASA (ILUSTRAÇ. DE ALAIN CORBEL).
(2004). O RAPAZ DA BICICLETA AZUL. PORTO: CAMPO DAS LETRAS (ILUSTRAÇ. DE ANTÓNIO MODESTO) (ED. COMEMORATIVA DO 30º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL).
(2004). «O CROCODILO RAMIREZ» IN MARTO, GRAÇA (ORG. E ILUSTR.). POSSO ENTRAR? 30 ESTÓRIAS COM ANIMAIS.PORTO: CAMPO DAS LETRAS, PP. 13-16.
(2005). O BRINCADOR. PORTO: ASA (ILUSTRAÇ. DE JOSÉ DE GUIMARÃES).
fonte: http://planeta-tangerina.blogspot.pt/2008/10/o-brincador.html
O Brincador
Lembram-se de vos ter falado do poema "O Brincador", de Álvaro Magalhães, que ouvi durante as últimas Andarilhas?
Pois bem, havia alguém na sala a gravar o momento e o ficheiro audio caiu-me do céu...
Aqui fica ele, pela voz de Cristina Taquelim.
Pois bem, havia alguém na sala a gravar o momento e o ficheiro audio caiu-me do céu...
Aqui fica ele, pela voz de Cristina Taquelim.
para aceder ao ficheiro: https://app.box.com/shared/qh0y3cqodv
Projeto de Animação Comum 2012/2013
O Cavaleiro da Dinamarca(adaptação)_PAC_2012-13_AECM from Biblioteca CMichaelis on Vimeo.
Autores em estudo:
Sophia de Mello Breyner Andresen
Documentário “Sophia de Mello Breyner Andresen – O Nome das Coisas”
Eugénio de Andrade
Sofia de Melo Breyner Andersen Eugénio de Andrade
Tema: O Mar e a Terra: dois poetas do Porto
A BMAG organizou um CD-ROM do qual se destaca
Título: CD - O Mar e a Terra - dois poetas do Porto - PAC 2013
De profundis (Miguel Anxo Prado 2006)
Eugénio de Andrade
Lugares de Eugénio de Andrade
Sophia De Mello Breyner Andresen
Lugares de Sophia
outras iniciativas, disponíveis na internet
________________________________________________________________________
Projeto de Animação Comum 2011/2012 - Autor em estudo:
Visite o Museu do Neo-Realismo
Alves Redol
Disponível na Biblioteca, para requisição, o DVD elaborado pelo Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares (SABE) da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, para apoio ao estudo deste autor.
Com a participação de cada interveniente foi construído um filme que retrata o trabalho ao longo do ano letivo
Sem comentários:
Enviar um comentário