Dizem que está tudo nos livros. Nas linhas e nas entrelinhas. Por isso, cada leitor vai transportando consigo as reminiscências e intermitências dos livros que lê. Eles passam, inexoravelmente, a fazer parte de si.
Muito difícil será escolher o livro da nossa vida. O eleito nunca é um só, até porque em várias fases da existência nos deparámos com algum livro que veio ao nosso encontro e fez caminho connosco.
São esses os livros a que regressamos, não por serem clássicos e suportarem sempre inúmeras leituras, mas porque realmente nos interpelaram e dialogaram connosco em períodos diversos da nossa vida, deixando marcas dessa permanência: "Quantas asas tem um voo? E quantas leituras tem um livro olhado pelos mesmos olhos a diferentes horas de nós mesmos?"(J. Cardoso Pires).
Partilhar impressões de leituras marcantes é acompanhar percursos do outro, é abrir-se cada um à formatação diversa da humanidade, é comunicar para perceber quem somos, na nossa relação com os outros, mediada pelos livros. É esse o desafio que se pretende nesta viagem pelos Livros da nossa Vida. Para que não se possa dizer que "homens são como lugares mal situados" (Daniel Faria).
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